March 8, 2014 - 12:15
Zoneamento: Carlinhos ignora sugestões de moradores em audiências
Audiência sobre a nova Lei de Zoneamento na zona norte de São José_Foto: Alan Collet
Participação do petista nos encontros provoca polêmica nas redes sociais; ex-candidato a vereador vê 'desrespeito'
Wqagner MatheusEspecial para O VALE
Após ficar ausente das primeiras audiências públicas previstas para coleta de sugestões para a nova Lei de Zoneamento de São José dos Campos, o prefeito Carlinhos Almeida (PT) agora tem feito 'aparições-relâmpago', deixando os locais antes que comecem as manifestações dos moradores.
Isto ocorreu na noite de ontem, quando Carlinhos participou da abertura de audiência e saiu, em seguida, sob o argumento de que participaria de mais duas audiências, na Câmara, sobre o programa Escola Interativa, e no bairro Galo Branco, região leste da cidade, sobre sugestões para o orçamento do município para 2015. Entretanto, o prefeito não esteve na Câmara.
Protestos.
Na audiência do dia 22 de fevereiro, no Bosque dos Eucaliptos, o suplente de vereador Marcão da Academia (PSB) protestou contra o comportamento do prefeito, da vereadora Amélia Naomi (PT) e do secretário de Transportes Wagner Balieiro.
"Após fazer sua politicagem, eles escutaram a apresentação técnica. Na hora das falas dos moradores, que é o momento mais importante, foram embora deixando os moradores sem a devida atenção", postou em uma rede social.
O secretário de Comunicação da prefeitura, José Roberto Fernandes, disse ontem que não tinha conhecimentos das aparições-relâmpago do prefeito por estar voltando de um período de quinze dias de férias. "Vou procurar saber o que está acontecendo", disse.
Em Santana.
Na audiência realizada em uma escola do bairro de Santana compareceram cerca de 40 pessoas. A maioria trouxe reivindicações pessoais em vez de sugestões para o novo zoneamento do município.
A reivindicação mais ouvida foi a defesa da revisão da lei, que impede a construção de imóveis com mais de quatro andares na região.
"O limite de quatro andares é um absurdo, nós temos pelos menos umas cinco áreas com até 5.000 metros quadros que comportam edifícios", criticou o morador João Bosco Vieira, que possui terrenos no bairro.
"A região norte está abandonada, esquecida, tem espaço para verticalização porque é mais baixa que o centro da cidade, mas ninguém faz nada", acrescentou Edivina Azevedo Ribeiro, que aguarda mudança na lei para vender a área de 3.500 metros quadrados que possui no bairro.
Balanço.
O secretário de Planejamento Urbano, Emmanuel Antonio dos Santos, adiantou que a nova Lei de Zoneamento deverá conter menos zonas de uso e ocupação do solo. "Vamos enxugar o número excessivo de zonas contidas na lei, precisamos de uma cidade mais equânime", disse.
Quanto às manifestações dos moradores nas audiências, o secretário afirmou que todos têm o direito de pedir. "Não vejo as reivindicações como pessoais, nós temos de interpretar como as pessoas querem a sua cidade", concluiu.
Após ficar ausente das primeiras audiências públicas previstas para coleta de sugestões para a nova Lei de Zoneamento de São José dos Campos, o prefeito Carlinhos Almeida (PT) agora tem feito 'aparições-relâmpago', deixando os locais antes que comecem as manifestações dos moradores.
Isto ocorreu na noite de ontem, quando Carlinhos participou da abertura de audiência e saiu, em seguida, sob o argumento de que participaria de mais duas audiências, na Câmara, sobre o programa Escola Interativa, e no bairro Galo Branco, região leste da cidade, sobre sugestões para o orçamento do município para 2015. Entretanto, o prefeito não esteve na Câmara.
Protestos.
Na audiência do dia 22 de fevereiro, no Bosque dos Eucaliptos, o suplente de vereador Marcão da Academia (PSB) protestou contra o comportamento do prefeito, da vereadora Amélia Naomi (PT) e do secretário de Transportes Wagner Balieiro.
"Após fazer sua politicagem, eles escutaram a apresentação técnica. Na hora das falas dos moradores, que é o momento mais importante, foram embora deixando os moradores sem a devida atenção", postou em uma rede social.
O secretário de Comunicação da prefeitura, José Roberto Fernandes, disse ontem que não tinha conhecimentos das aparições-relâmpago do prefeito por estar voltando de um período de quinze dias de férias. "Vou procurar saber o que está acontecendo", disse.
Em Santana.
Na audiência realizada em uma escola do bairro de Santana compareceram cerca de 40 pessoas. A maioria trouxe reivindicações pessoais em vez de sugestões para o novo zoneamento do município.
A reivindicação mais ouvida foi a defesa da revisão da lei, que impede a construção de imóveis com mais de quatro andares na região.
"O limite de quatro andares é um absurdo, nós temos pelos menos umas cinco áreas com até 5.000 metros quadros que comportam edifícios", criticou o morador João Bosco Vieira, que possui terrenos no bairro.
"A região norte está abandonada, esquecida, tem espaço para verticalização porque é mais baixa que o centro da cidade, mas ninguém faz nada", acrescentou Edivina Azevedo Ribeiro, que aguarda mudança na lei para vender a área de 3.500 metros quadrados que possui no bairro.
Balanço.
O secretário de Planejamento Urbano, Emmanuel Antonio dos Santos, adiantou que a nova Lei de Zoneamento deverá conter menos zonas de uso e ocupação do solo. "Vamos enxugar o número excessivo de zonas contidas na lei, precisamos de uma cidade mais equânime", disse.
Quanto às manifestações dos moradores nas audiências, o secretário afirmou que todos têm o direito de pedir. "Não vejo as reivindicações como pessoais, nós temos de interpretar como as pessoas querem a sua cidade", concluiu.
Revisão da lei foi compromisso do PTA elaboração de uma nova Lei de Zoneamento foi promessa de campanha de Carlinhos. Ele argumenta que a legislação de 2010 'engessou' a cidade, inviabilizando novos investimentos. A futura lei, sustenta, "vai conciliar desenvolvimento econômico e qualidade de vida". Em 2013, foram aprovados dois pacotes de mudanças pontuais no zoneamento.
Evento sobre o programa Escola Interativa, na noite de sexta-feira,
contou com participação de vereadores e secretários e grande público;
no mesmo horário aconteceu a audiência sobre a nova Lei de Zoneamento
na zona norte de São José dos Campos, que reuniu cerca de 40 pessoas
Foto: Claudio Vieira
Evento na Câmara vira 'desagravo' ao governo
Lauro Lam
Especial para O VALE
Vereadores da base aliada ao prefeito Carlinhos Almeida aproveitaram a consulta pública sobre o programa Escola Interativa, realizada ontem na Câmara, para enaltecerem os projetos desenvolvidos pela Secretaria de Educação.
No evento, que contou principalmente com a presença de professores e diretores da rede, além de secretários, foram mostradas "as vantagens de levar a tecnologia para dentro da sala de aula".
No foco, discursos para melhorar a imagem não só do prefeito como do polêmico kit escolar distribuído para 66.400 alunos da rede. Apesar do uso rápido do microfone, as palavras foram motivadoras e calorosas em apoio aos kits.
De maneira enfática, o vereador Macedo Bastos (DEM) foi além dos kits e disse que o programa Escola Interativa é "um projeto magnífico para São José". "Ele será aprovado por unanimidade", afirmou.
Gol de placa.
Com votos de confiança ao prefeito e muitos agradecimentos, os vereadores destacaram "a atenção" de Carlinhos à rede e não pouparam palavras para elogiar o secretário de Educação, Célio Chaves, como fez Calasans Camargo (PRP).
"Secretário, você tem feito vários gols de placa desde a pré-escola até a distribuição dos kits", disse.
Robertinho da Padaria (PPS) falou que os elogios estão por todos os lados. "Os kits vem ajudando as famílias mais carentes. Elas podem economizar dinheiro que não é pouco."
Já o secretário da Educação foi mais cauteloso e se ateve a informar sobre os aspectos técnicos do programa.
"Viemos ouvir a população para aperfeiçoar o projeto que vai passar pela Câmara. Vamos institucionalizá-lo para transformar uma política de governo em política de Estado. Em tese, outros governos terão que dar continuidade."
Lauro Lam
Especial para O VALE
Vereadores da base aliada ao prefeito Carlinhos Almeida aproveitaram a consulta pública sobre o programa Escola Interativa, realizada ontem na Câmara, para enaltecerem os projetos desenvolvidos pela Secretaria de Educação.
No evento, que contou principalmente com a presença de professores e diretores da rede, além de secretários, foram mostradas "as vantagens de levar a tecnologia para dentro da sala de aula".
No foco, discursos para melhorar a imagem não só do prefeito como do polêmico kit escolar distribuído para 66.400 alunos da rede. Apesar do uso rápido do microfone, as palavras foram motivadoras e calorosas em apoio aos kits.
De maneira enfática, o vereador Macedo Bastos (DEM) foi além dos kits e disse que o programa Escola Interativa é "um projeto magnífico para São José". "Ele será aprovado por unanimidade", afirmou.
Gol de placa.
Com votos de confiança ao prefeito e muitos agradecimentos, os vereadores destacaram "a atenção" de Carlinhos à rede e não pouparam palavras para elogiar o secretário de Educação, Célio Chaves, como fez Calasans Camargo (PRP).
"Secretário, você tem feito vários gols de placa desde a pré-escola até a distribuição dos kits", disse.
Robertinho da Padaria (PPS) falou que os elogios estão por todos os lados. "Os kits vem ajudando as famílias mais carentes. Elas podem economizar dinheiro que não é pouco."
Já o secretário da Educação foi mais cauteloso e se ateve a informar sobre os aspectos técnicos do programa.
"Viemos ouvir a população para aperfeiçoar o projeto que vai passar pela Câmara. Vamos institucionalizá-lo para transformar uma política de governo em política de Estado. Em tese, outros governos terão que dar continuidade."
SAIBA MAIS
O que é?A Lei de Zoneamento disciplina o crescimento da cidade, estabelecendo o que pode ou não ser construído em cada região e de que forma isso será admitido. Ela define, por exemplo, a altura máxima das construções em um bairro e que uso elas poderão ter (residencial, comercial, etc.)
RegrasA atual Lei de Zoneamento de São José foi editada em 2010, no governo Eduardo Cury (PSDB). O projeto da nova legislação deverá ser apresentado à Câmara até junho pelo prefeito Carlinhos Almeida (PT)
ConsultaA prefeitura está realizando uma série de 20 audiências públicas preparatórias para coletar sugestões da população à nova lei. As reuniões acontecerão até o próximo dia 17. A comunidade também poderá propor mudanças por meio dosite oficial do município
ConsultaA prefeitura está realizando uma série de 20 audiências públicas preparatórias para coletar sugestões da população à nova lei. As reuniões acontecerão até o próximo dia 17. A comunidade também poderá propor mudanças por meio dosite oficial do município
Fonte: OVale
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