domingo, 18 de setembro de 2011

Preço dos imóveis dobra em S. José em três anos, diz Creci

September 18, 2011 - 04:09

Preço dos imóveis dobra em S. José em três anos, diz Creci

 Para moradores, proximidade entre os prédios prejudica a ventilação e acaba com a privacidade  Liliane Moreira, passeia com sua cadela  em praça do Jardim Aquarius, em frente a construção de espigão; bairro concentra obras de grande porte da cidade thiago leon aaron kawai
Valor médio do metro quadrado subiu de R$ 1.900 para R$ 4.000 segundo pesquisa do órgão e já supera índices de S. Paulo
Arthur Costa
São José dos Campos

Em três anos, o preço de imóveis na região subiu 110%. A média de preço do metro quadrado, que em 2008 era de R$ 1.900, passou para R$ 4.000 em 2011.

Os dados são do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) do Vale do Paraíba.

Em alguns casos, como na região oeste de São José dos Campos, a valorização supera a constatada em São Paulo, onde o preço médio do metro quadrado foi para R$ 4.022 este ano. No bairro Aquarius, é possível achar imóveis em que o valor do metro quadrado é de R$ 5.000 em lançamentos.

Segundo o coordenador de pesquisa do Creci no Vale, André Turci, a valorização se deu para adaptar os imóveis ao valor de mercado. “Havia uma defasagem, mas esse reajuste acabou ultrapassando o preço que deveria ter sido implantado”, afirma Turci.
Entre os fatores que fizeram com que o preço subisse estão a alta na mão de obra da construção civil e dos materiais de construção.

Mercado. Apesar da alta no preço do imóvel e as recentes restrições de crédito ao consumidor, o mercado não sofreu impacto.

“Houve retração nos últimos três meses, mas ainda temos saldo positivo em relação ao ano passado”, avalia o presidente do Creci no Estado, José Augusto Viana Neto, que esteve em São José para um evento da entidade.

Mudança. De acordo com o delegado regional do Creci, Denerval Machado Rodrigues de Melo, a tendência é que o preço pare de subir.

“Nos últimos anos, a demanda aumentou muito, assim como as áreas. Chegamos a um ponto que não há mais como crescer. Não se acha mais terreno no centro de São José”, afirmou Melo.

Com os valores em alta, o financiamento continua sendo a modalidade preferida dos consumidores. “Houve uma diminuição na facilidade de crédito. A Caixa Econômica Federal está mais exigente, mas, em contra partida, o Banco do Brasil está chegando com tudo para tomar conta desse mercado”, disse Melo.

Taubaté. Em Taubaté, desde 2008 a cidade acompanha o desenvolvimento acelerado do mercado imobiliário.

O presidente da Acist (Associação das Construtoras, Imobiliárias e Serviços Correlatos de Taubaté), Hodges Danelli, afirma que, apesar de sentir uma diminuição do ritmo das vendas nos últimos quatro meses, a alta no preço dos imóveis não trouxe prejuízos.

“Além da região da avenida Itália, temos locais que se desenvolveram muito, como o condomínio Campos dos Condes, na estrada Taubaté-Tremembé, além de bairros como as Granjas Daniel”, explica.

Já no mercado de alto padrão, o reajuste no preço de Taubaté foi menor. “Nesse segmento, o mercado de Taubaté está sempre 15% a 20% abaixo de São José”, completa.
'Preço está acima do valor justo'São José dos Campos

A facilidade na oferta de crédito aos consumidores para o financiamento de imóveis no país preocupa especialistas sobre o risco de uma bolha imobiliária, semelhante a que desencadeou a crise econômica de 2008 no mercado dos Estados Unidos.

O professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) João da Rocha Lima Júnior considera que o governo tem feito seu papel para controlar o risco da formação de uma bolha.

“O que se verifica no mercado brasileiro é que a concessão de crédito para a aquisição de imóveis é absolutamente responsável”, avalia.

Para ele, três fatores levam o mercado à bolha: crédito irresponsável, investidores sem informação e a forte presença de capital especulativo.

Por este motivo, ele afirma que é preciso monitorar a movimentação do mercado para evitar a formação da bolha. “Há evidências de que os preços dos imóveis residenciais e comerciais estão acima do seu valor justo”, destaca.

SAIBA MAIS

Valorização

Média do metro quadrado da região em 2008: R$ 1.900
Média de 2011: R$ 4.000
Alta de 110%

Razões
Reajuste ocorreu por alta da mão de obra e de materiais da construção civil; outro fator foi o aumento da demanda e a falta de opções no mercado

Diminuição
Entidades e especialistas apontam que velocidade do aumento do preço deve cair nos próximos meses

Impacto
Setor avalia que a alta no preço não impactou as vendas de imóveis, apesar de uma diminuição nos últimos meses

Coqueluche
Em algumas regiões, valorização supera índice da capital paulista; novo valor atrai investidores de outras regiões de olho em regiões valorizadas e na chegada de empreendimentos como o Alphaville

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