segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Entrevista: ‘O risco é o sistema viário se esgotar'

NOSSA REGIÃO
September 4, 2011 - 04:07

Entrevista: ‘O risco é o sistema viário se esgotar'

ANTONIO LUIZ MOURÃO SANTANA - engenheiro especialista em transporte Thiago Leon
Antônio Luiz Santana - Especialista em transporte
Ao participar da pesquisa de origem e destino de São José que cidade você enxergou?Eu enxerguei uma cidade extremamente desenvolvida, mas com risco potencial para o futuro, quando se olha pela ótica da mobilidade. O risco é o que esgotamento do sistema viário com certeza está próximo, mesmo com os investimentos feitos nos últimos anos. São José fez uma opção clara ao priorizar o deslocamento pelo carro e não pelo coletivo. Isso não é sustentável e mais cedo ou mais tarde trará consequências para a cidade.

Dados preliminares da pesquisa mostram que apenas 17,3% dos deslocamentos são feitos por meio dos ônibus municipais, enquanto 43,9% pelo automóvel. Como é possível mudar esse cenário?Através de um conjunto de ações. Uma coisa que nos salta aos olhos é a dificuldade de se deslocar dentro da cidade pelo transporte coletivo. Você gasta o dobro de tempo de quem se desloca pelo modo individual. Isso é uma barreira muito grande. Para mudar isso teremos que repensar o modelo de transporte coletivo com rotas mais acessíveis e com o transporte não motorizado. Está na hora de começar a pensar no pedestre

E como iniciar essa mudança?Acho que a mudança já começou com a reformulação do sistema de transporte da cidade. Mas, o cidadão não deve esperar muito no ponto de ônibus. Se isso acontece pressupõe mexer na rede de transportes, criando terminais de integração e não a experiência que tiveram aqui de uma estação de transferência, aquilo é muito pequeno.
E para o futuro, qual o modelo mais indicado para São José?
Não dá para afirmar. O que é possível dizer é que implantar um metrô aqui seria muito caro em relação ao beneficio. Um modal de média capacidade segredado como um BRT (ônibus que trafega em canaletas especificas), um monotrilho ou um VLT seria o mais próximo da realidade da cidade em 20 ou 30 anos. O melhor modelo será a combinação do que a população quer em termos de velocidade de deslocamento e a capacidade de investimento do município.

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