segunda-feira, 11 de julho de 2011

Morador conta rotina nas ruas

Julho 10, 2011 - 04:30

Morador conta rotina nas ruas

Censo revela características da população Cláudio Capucho
Uma arquiteta que decidiu constituir família em São José, joseenses natas que nunca deixaram a cidade e forasteiros que contam que o desenvolvimento não tirou dos moradores a desconfiança e estilo próprio
Carolina Teodora
São José dos Campos

Os dados do IBGE são quantitativos. O efeito desses números na dinâmica e estilo de vida da cidade só os próprios moradores podem contar:

A arquiteta Fabiana Gimenez de Moura, 34 anos, há dois meses tomou uma decisão importante: deixou a vida em São Paulo, onde nasceu, estudou e consolidou carreira, para morar em São José.

Prestes a subir ao altar, a decisão foi estratégica --São José está próxima da capital, onde continua trabalhando e de Cruzeiro, onde trabalha o futuro marido--, mas também levou em consideração outros atributos da cidade.

“Aqui é uma cidade bonita. Boa o suficiente para ter uma qualidade de vida e tranquila o bastante para começar uma família”, afirmou Fabiana.

Apesar de não fazer parte do Censo 2010 de São José, a visão de Fabiana contextualiza a opinião da maioria dos moradores --que ficaram surpresos com o perfil apontado pelo IBGE, principalmente, de que na cidade existe mais mulheres que homens.

Família. É assim que pensa duas joseenses ‘da gema’ --a médica Tatiana Orlandi Pisciolaro, 30 anos, e a empresária Nathalia Campos, 24 anos.

Jovens e bem-sucedidas elas hoje iniciam uma família --as duas tem filhos de dois anos de idade-- e afirmam que não tiveram dificuldade de encontrar no passado os namoradores que hoje são os maridos.

“Conheci meu marido ainda na escola. Estudei, sai daqui para fazer faculdade e quando voltei me casei”, disse.

Trabalho. O desenvolvimento, uma das principais bandeiras de São José, trouxe para cá o pedreiro aposentado Oscar Ferreira Soares, hoje com 102 anos --um ilustre morador da cidade já faz parte de um seleto grupo de 42 ‘centenários’ que moram na cidade.

Seu filho, o militar aposentado Darci Ferreira Soares, 68 anos, veio para São José na década de 70 para trabalhar no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e hoje cuida do pai que em setembro vai comemorar 103 anos de idade.
“Gosto de São José e estou feliz em estar aqui”, disse.

Carisma. Tem gente que pensa diferente, e acredita que os moradores da cidade poderiam ser mais ‘receptivos’.

“Sinto que aqui as coisas só funcionam se você tem um amigo ou um conhecido que indica ou fala alguma coisa para alguém. Apesar da cidade ser grande, o pensamento das pessoas ainda é um pouco bairrista”, afirmou o corretor de imóveis, Marco Antônio Constâncio, 42 anos. Há seis anos, ele mora em São José depois de sair de São Paulo. Lugar bem mais próximo que a Paraíba (PB), Estado onde que saiu a também corretora Janiene Vieira, 31 anos. “Estou aqui desde os 17 anos”.

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