domingo, 29 de maio de 2011

Obra do aeroporto divide os vizinhos da pista

REGIÃO
Maio 29, 2011 - 06:02 OVale

Obra divide os vizinhos da pista

Vizinho do aeroporto Claudio Capucho
Moradores de prédios localizados na rota de aproximação dos aviões reclamam do aumento de voos no Aeroporto de São José; passageiros e prestadores de serviço se animam com chegada de novas empresas
Xandu Alves
São José dos Campos

A defesa da ampliação de voos no aeroporto de São José dos Campos não é unânime na cidade. Pelo menos para uma parcela considerável de moradores vizinhos à pista o crescimento do tráfego aéreo é um risco incômodo.

Hoje, os aviões de passageiros, cargueiros e militares que cruzam o céu de São José não trazem grandes transtornos à população. Algumas pessoas enfrentam situações pontuais, principalmente por causa do barulho e da trepidação de móveis e utensílios domésticos.

Morando num condomínio de casas na região oeste de São José, o casal Marcos Paulo Saraiva, 34 anos, e Estela Monteiro, 29 anos, se surpreendeu com a diminuição do intervalo dos voos, especialmente de grandes aviões.

O filho pequeno do casal, com menos de 1 ano e meio, assusta-se com frequência por causa do barulho. A casa da família está bem abaixo da rota de aproximação das aeronaves. “Mudamos faz pouco tempo e ainda não nos acostumamos”, disse Estela.

Nas alturas. Do alto de 25 andares do edifício Cabo da Boa Esperança, na região central, a dentista Luci Vitarelli Lima, 48 anos, mãe de três filhos, preocupa-se com o aumento exagerado de voos pousando em São José.

O prédio dela também está na rota dos aviões e, diferente das casas, a sensação é de que as aeronaves passam “raspando” o imóvel. Em algumas situações, as janelas dos apartamentos mais altos trepidam.

Luci, que mora desde 2001 no edifício, disse estar acostumada com os aviões. Mesmo assim, ela espera que a ampliação do movimento não afete a rotina da vizinhança.
“Morar ao lado de um aeroporto é sempre um risco”, afirmou a dentista. “Concordo que haja mais voos a partir de São José, mas sem exageros.”

Serviços. Quem está torcendo pela ampliação dos voos é o taxista Benedito Paulo Dias, 56 anos, que trabalha no aeroporto desde 2010. Mas ele espera que a estrutura do terminal seja ampliada. “Os executivos são exigentes e eles são nossos principais clientes.”

Atualmente, o passageiro que escolhe São José como aeroporto de partida pode ir ao Rio de Janeiro, em cidades como Macaé e Campos, para Minas Gerais, em Varginha e Belo Horizonte, e ainda Curitiba. Em voos com conexão, as opções ultrapassam 80 destinos em todo país.

As companhias aéreas Trip e Azul, que começaram a operar em 2008 e 2010, respectivamente, estão conseguindo mais de 80% de ocupação com os voos partindo de São José.

“É bom encontrar voos para várias cidades”, disse a professora Caroline Andrade, 34 anos. “Fica bem mais fácil vir a São José do que em Guarulhos”, afirmou a autônoma Marlene Nunes, 54 anos.

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