April 21, 2012 - 02:41 OVALE
Novas regras mudam perfil do mercado de imóveis em S. José
arquivo/ovale
Construção civil direciona novos projetos para empreendimentos de menor porte e, consequentemente, menos lucrativos; balanço mostra que, em 21 prédios aprovados, a maioria tem entre 2 e 8 pavimentos
Beatriz Rosa
São José dos Campos
Há menos de dois anos em vigor, a nova lei de zoneamento já mudou o perfil dos empreendimentos imobiliários em São José. Saem os ‘espigões’ e começam a surgir na periferia prédios com no máximo 15 andares.
Balanço de projetos aprovados pela prefeitura desde 2010, quando a lei entrou em vigor, revela que o setor teve que se adaptar às novas regras e abandonar o conceito de arranha-céus como receita de negócio. O resultado foi um mercado menos lucrativo e com menos empregos.
Com a nova lei, o governo liberou a construção de 21 prédios, entre outubro de 2010 até hoje. Do total, 7 deles terão até 4 andares e outros 4 prédios terão 15 pavimentos. A cidade receberá ainda torres de 2, 3, 8, 13 e 14 andares. Elas totalizam 1.746 unidades habitacionais e 42 salas comerciais.
A nova lei também direciona o crescimento da cidade para a periferia.
A região do Putim, região sudeste, irá receber 10 dos 21 prédios. As regiões leste e sul irão ganhar 4 cada, a zona oeste, 2, e a norte, apenas 1.
Para o setor da construção civil, as mudanças na lei alteram o crescimento da cidade e impactam diretamente no mercado que perdeu postos de trabalho e deverá reduzir a oferta de imóveis para a classe média (leia texto nesta página).
Reserva. O secretário de Planejamento Urbano de São José, Oswaldo Vieira Junior, aposta na ‘reserva de empreendimentos’ para continuar aquecendo o mercado da construção na cidade.
“No final de 2010 tivemos um incremento na aprovação dos chamados grandes empreendimentos na ordem de 38%, em relação à média de projetos aprovados nos anos anteriores, o que contribuiu para um significativo estoque de unidades habitacionais e salas comerciais”, disse.
Segundo ele, há estoque de projetos aprovados pela prefeitura que totalizam 7.004 unidades habitacionais e outras 406 salas comerciais.
“Esse número significativo de empreendimentos somados aos aprovados na atual lei irá demandar mão de obra para a construção.”
Mercado. Para o secretário, a lei não trava o mercado e reserva às construtoras áreas para a construção dos espigões.
“Nós temos áreas que podem sofrer verticalização diferenciada e já existem projetos em estudo com parâmetros diferenciados para garantir vias mais largas e maior distanciamento entre os prédios. Essa lei está preparando a cidade para o futuro. Não há espaço na cidade consolidada para novos espigões.” As áreas liberadas para os ‘espigões’ estão na periferia das regiões sudeste, leste e oeste.
PONTO DE VISTA
Para Aconvap, setor pode ter colapso se a lei não mudar
São José dos Campos
Para o presidente da Aconvap, Cléber Córdoba, a nova lei de zoneamento modifica o desenvolvimento da cidade.
“A prefeitura está levando o crescimento para a periferia e diminuindo a oferta de imóveis na cidade. A maior parte desses empreendimentos (já aprovados) é direcionada à baixa renda”, disse.
O cenário preocupa o setor, que quer a flexibilização da lei para a construção de espigões nas poucas áreas ainda existentes no núcleo consolidado.
“A maior parte dos projetos aprovados é de prédios de quatro pavimentos com até oito apartamentos destinados à classe C na periferia, mesmo com os problemas de deslocamentos que existem.”
Para o setor, vai faltar oferta de imóveis na cidade consolidada nos próximos dois anos. “Até que os vazios urbanos sejam ocupados, vai faltar imóveis na cidade.”
Reflexos.Outro reflexo da nova lei seria a baixa nos postos de trabalho. A construção civil fechou 2011 com saldo negativo de 904 postos de trabalho.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho, no último trimestre, a construção civil de São José perdeu 327 vagas.
SAIBA MAIS
Nova RegraDesde agosto de 2010, São José possuiu uma nova regra de uso e ocupação do solo. A norma proíbe, por exemplo, a construção de prédios com mais de 15 andares em regiões adensadas da cidade
Balanço
Entre outubro de 2010 até o momento foram aprovados 80 empreendimentos de grande porte. Desse total, 21 são prédios com gabaritos de 2, 3, 4, 8, 13, 14 e 15 andares
Reserva de mercado
A prefeitura liberou 181 empreendimentos de grande porte com base em uma lei de transição em 2010. Desses, 25 prédios com mais de 15 andares e outros 123 com até 15. De acordo com o governo, 29 ainda serão construídos e irão garantir a construção de 7.004 unidades e 406 salas comerciais
EspigõesS. José tem 22 milhões de metros quadrados em área de ZQA, que permite verticalização ilimitada e outros 2 milhões em ZUEs que permitem a construção de prédios de serviço e lazer
São José dos Campos
Há menos de dois anos em vigor, a nova lei de zoneamento já mudou o perfil dos empreendimentos imobiliários em São José. Saem os ‘espigões’ e começam a surgir na periferia prédios com no máximo 15 andares.
Balanço de projetos aprovados pela prefeitura desde 2010, quando a lei entrou em vigor, revela que o setor teve que se adaptar às novas regras e abandonar o conceito de arranha-céus como receita de negócio. O resultado foi um mercado menos lucrativo e com menos empregos.
Com a nova lei, o governo liberou a construção de 21 prédios, entre outubro de 2010 até hoje. Do total, 7 deles terão até 4 andares e outros 4 prédios terão 15 pavimentos. A cidade receberá ainda torres de 2, 3, 8, 13 e 14 andares. Elas totalizam 1.746 unidades habitacionais e 42 salas comerciais.
A nova lei também direciona o crescimento da cidade para a periferia.
A região do Putim, região sudeste, irá receber 10 dos 21 prédios. As regiões leste e sul irão ganhar 4 cada, a zona oeste, 2, e a norte, apenas 1.
Para o setor da construção civil, as mudanças na lei alteram o crescimento da cidade e impactam diretamente no mercado que perdeu postos de trabalho e deverá reduzir a oferta de imóveis para a classe média (leia texto nesta página).
Reserva. O secretário de Planejamento Urbano de São José, Oswaldo Vieira Junior, aposta na ‘reserva de empreendimentos’ para continuar aquecendo o mercado da construção na cidade.
“No final de 2010 tivemos um incremento na aprovação dos chamados grandes empreendimentos na ordem de 38%, em relação à média de projetos aprovados nos anos anteriores, o que contribuiu para um significativo estoque de unidades habitacionais e salas comerciais”, disse.
Segundo ele, há estoque de projetos aprovados pela prefeitura que totalizam 7.004 unidades habitacionais e outras 406 salas comerciais.
“Esse número significativo de empreendimentos somados aos aprovados na atual lei irá demandar mão de obra para a construção.”
Mercado. Para o secretário, a lei não trava o mercado e reserva às construtoras áreas para a construção dos espigões.
“Nós temos áreas que podem sofrer verticalização diferenciada e já existem projetos em estudo com parâmetros diferenciados para garantir vias mais largas e maior distanciamento entre os prédios. Essa lei está preparando a cidade para o futuro. Não há espaço na cidade consolidada para novos espigões.” As áreas liberadas para os ‘espigões’ estão na periferia das regiões sudeste, leste e oeste.
PONTO DE VISTA
Para Aconvap, setor pode ter colapso se a lei não mudar
São José dos Campos
Para o presidente da Aconvap, Cléber Córdoba, a nova lei de zoneamento modifica o desenvolvimento da cidade.
“A prefeitura está levando o crescimento para a periferia e diminuindo a oferta de imóveis na cidade. A maior parte desses empreendimentos (já aprovados) é direcionada à baixa renda”, disse.
O cenário preocupa o setor, que quer a flexibilização da lei para a construção de espigões nas poucas áreas ainda existentes no núcleo consolidado.
“A maior parte dos projetos aprovados é de prédios de quatro pavimentos com até oito apartamentos destinados à classe C na periferia, mesmo com os problemas de deslocamentos que existem.”
Para o setor, vai faltar oferta de imóveis na cidade consolidada nos próximos dois anos. “Até que os vazios urbanos sejam ocupados, vai faltar imóveis na cidade.”
Reflexos.Outro reflexo da nova lei seria a baixa nos postos de trabalho. A construção civil fechou 2011 com saldo negativo de 904 postos de trabalho.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho, no último trimestre, a construção civil de São José perdeu 327 vagas.
SAIBA MAIS
Nova RegraDesde agosto de 2010, São José possuiu uma nova regra de uso e ocupação do solo. A norma proíbe, por exemplo, a construção de prédios com mais de 15 andares em regiões adensadas da cidade
Balanço
Entre outubro de 2010 até o momento foram aprovados 80 empreendimentos de grande porte. Desse total, 21 são prédios com gabaritos de 2, 3, 4, 8, 13, 14 e 15 andares
Reserva de mercado
A prefeitura liberou 181 empreendimentos de grande porte com base em uma lei de transição em 2010. Desses, 25 prédios com mais de 15 andares e outros 123 com até 15. De acordo com o governo, 29 ainda serão construídos e irão garantir a construção de 7.004 unidades e 406 salas comerciais
EspigõesS. José tem 22 milhões de metros quadrados em área de ZQA, que permite verticalização ilimitada e outros 2 milhões em ZUEs que permitem a construção de prédios de serviço e lazer