segunda-feira, 9 de abril de 2012

“Essas áreas não são vazios urbanos”, contraposição de "minicidades"

REGIÃO
April 8, 2012 - 03:19

“Essas áreas não são vazios urbanos”

Pedro Ribeiro - Planejamento Urbano
Confira entrevista com Pedro Ribeiro, Planejamento Urbano
Como o senhor avalia o modelo de ocupação dos vazios urbanos de São José?
Esses projetos em estudo estão na periferia da cidade, áreas que na minha opinião, não são considerados vazios urbanos. Vazio urbano é a gleba em frente ao Aquarius. São áreas em regiões já dotadas de infraestrutura. Se estão na periferia, não são vazios, mas novas frentes de expansão.

Quais os problemas comuns na ocupação desses espaços?

O problema é que os modelos de projeto que estão surgindo insistem no modelo de loteamentos fechados, o que vai na contramão da história e que cria uma cidade segregada, interrompendo sequências de interligação, em vez de investir na melhoria do quadro social. Loteamentos fechados dificultam o atendimento com transporte público de qualidade e privilegiam o transporte individual.

Mas e o conceito de criar centralidades previsto pelo governo. Funciona?
É um conceito muito antigo criar polos centrais com sub polos de comércio e serviço. São José já nasceu com essa formação policêntrica nos anos 30 e 40.
Santana foi o primeiro mini centro fora do centro da cidade. Depois veio o Satélite com as mesmas característica. Esse conceito não tem novidade nenhuma. O problema é que ele foi construído sem planejamento e uma visão sistemática com o plano diretor e com a lei de uso do solo.


E como essas frentes de expansão devem ser ocupadas?

Um bom exemplo é o Alphaville em Barueri. A ocupação começou com a criação de um centro empresarial e industrial com a chegada de bancos e indústrias de pequeno porte. O centro residencial foi surgir somente dois anos depois. Se estimulou primeiro a criação do comércio e do serviço por meio de incentivos fiscais e só bem para frente abriram o residencial.

Quais os benefícios do modelo?
Quando a família chega, toda rede de comércio e serviço já está pronta. Essa era a proposta original do Urbanova, mas que não foi cumprida. Se comércio e serviços forem estimulados depois, eles podem levar mais de dez anos.

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